Não sei até que ponto os caminhos agrupam
ou sedimentam.
Luz dissipada
decepada
a lanterna pulsa em piscos
cacofônicos.
Eu com minhas fendas
tento recobrar
as horas
e atravessam-me
de um canto para outro
como se desloca uma indefinição
uma opacidade.
Lia Álvares de Azevedo
e o resto da turma ainda brincava de bola.
Tenho meus calos guardados
e sempre tenho um pouco de pus,
para não pensar que não existem feridas.
O espelho é o orgulho que manca
rindo da sombra que despreza.
Medalhas de vapor não me servem,
o líquido vital
não é transparente nem salgado.
O cerne é vermelho. Quente e Frio.
Eu sou o que quero ser.
Junto folhas de árvore numa
mania besta e antiga.
Acho graça.
Tenho calos;
encaliço todos os dias,
não reclamo disso não. Gosto.
Quem quer sombra ara a terra,
planta e afaga com zelo e afeição
o objeto de sua futura alegria.
O Dramaturgo Alemão dizia no poema
“Dias da Comuna", ainda lido enquanto o resto da manada
jogava bola, ou arranjava outras coisas fáceis de fazer para rir
sem sentido ou mesmo direção, mas o poema era assim:
"Considerando nossa fraqueza os senhores forjaram
Suas leis, para nos escravizarem.
As leis não mais serão respeitadas
Considerando que não queremos mais ser escravos.
Considerando que os senhores nos ameaçam
Com fuzis e com canhões
Nós decidimos: de agora em diante
Temeremos mais a miséria do que a morte. "
(Brecht, tradução de Fernando Peixoto)
Desculpem pela falta de citação.
Não sou tão bom, não é?!
Mesmo assim, não mordo minha voz nem escondo
o que devia.
Fazer in satis faction.
Citação Latina que inventei agora.
Igualmente válido como;
não sei o que os vermes me dirão no espelho.
Amontoam-se
pilhas de palavras pelos
cantos
de folha e bueiros da cidade.
Os olhos não estão bem,
e me julgam por isso e por isto...
Não sei como vai meu canídeo
nem sei das enfermidades que carrego.
Falta leitura
e tinta e desenho e foto e discos.
Falta conversa.
Falta converso.
Réstias;
É por isto que pessoas falam sozinhas.
Réstias de chiaroscuro.