Dias passam e o medo absorve a palavra de imediato
como um pano absorve
a cerveja derramada como por desencanto
na mesa do bar.
A poltrona continua no seu lugar
e a lua massageia o ego já tão fadigado.
Fumo com um prazer de condenado.
Respiro
em ofego
e transpiro...
Paro...
sentado
penso em tudo,
desde a batalha da vida real
e os jogos que nunca finalizei na infância...
fumo de novo e
vejo o funeral que nunca terminou.
Penso em seu ataúde e não me importo
com a gramática normativa...
muito menos com minha indiferença
para com seu rito imposto por estes execráveis
e odiosos e falsos e moralistas e cheios de sangue e
nojo que são - vocês, os -, óh,
seguidores deste tal Cristo - imundos e cagáveis!!!
Não tive forças para vê-lo em cortejo.
Todavia,
este não foi o caminho mais difícil.
Falam em manchetes de jornal e escândalos
em governo do PT
- o mesmo que o senhor via com bons olhos -,
mas,
hoje, espero mesmo é o mundo acabar...
Não obstante,
Meu Pai,
apesar de tudo
e da vida como é
e como sempre foi,
e nós,
humanos,
verborrágicos e pequenos
- digo, EU mesmo com toda a lama,
e todo o sufoco que é morrer em vida,
atravesso o pântano
que é o dia em suas 24 horas
e toda a sua falta de poesia em
muitos aspectos
e o devoro em loucura sanguinária,
pois,
não estou disposto para moer minhas carnes
tão macias e frescas em nome de um punhado de mentiras
aveludadas e deificadas
por porcos com suas fardas,
com suas pérolas
e suas falsidades!
Agarro meu
Amor como porto e o tomo como verdade,
pois esta meu Pai,
juntamente à minha Revolta
foi o que me sobrou como Realidade,
e aproveito tudo como se fosse morrer.
Posto em Morte te vejo.
Posto em vida me apresento...
O que vejo,
é diferente do que realmente quero e preciso
escrever...
Minha angústia não cabe num poema de sábado à noite meu Pai,
não cabe...
meu grito é mais vivo que o trovão,
mais rápido que a luz e mais agressivo que
a Sinfonia Fantástica de Berlioz...
A febre da Minha Amada teima em apresentar-se em seu corpo.
Deliro.
Escrevo e meu cigarro fumega.
Temo e tremo - temor e tremor numa torre aliterada em Kierkegaard.
Mas lhe digo
Meu Pai,
é o Amor que unifica
como a Revolta é quem Solidifica.
Meu Bem...
é a junção do que serve em mim
que te dou;
meu Amor e minha paixão Libertária;
toma,
vira este copo.
Abraça este corpo que te entrego...
Posto que
no fim de tudo
Amo-te!
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