Quer dizer que as horas passam,
os mortos apodrecem,
e os gritos de horror
do caos nosso de cada dia
podem ser abrandados
com cifras e sangue alheio?
Quer dizer que
a Vingança
é menor pelo fato de ser minha?
Minhas mãos trêmulas
não carregam papoulas
nem diamantes...
e o que isso quer dizer?
Nada.
Tão nada quanto a garantia
de tranquilidade e humanidade
que posso garantir aos meus
sobrinhos.
Os tempos mudarão.
Meu Pai já Morto
ainda visita minha mente
em sono e em vida.
O que tenho com isso?
- estamos mais vivos do que nunca...
fala meu extremado ego em soluços...
Seria eu apenas mais um egoísta?
Sentir o mundo é coisa pouca,
ou mesmo um café pequeno
ruim e doce
em comparação com
meus tempestuosos retalhos de ser.
A voz embarga se penso.
Pesa e queda do olho
a lágrima vertical
consolidade em tanta
horizontalidade funérea
destas peças adornadas
com sangue e tripas
de viventes que
lambem feridas e
espetam com veneno
um novo perfume
em seus orifícios.
Meu Pai Morto
me atravessa o peito
ainda com a mesma
dor do primeiro dia sem ele.
Faço ampulheta com palavras
falhas e falsas para
dividir minha impotência
com o álcool que a garrafa ainda guarda.
Percorro o Uivo
e não me conexo.
Penso em Maio e suas Barricadas de Desejo
e não sou entendido.
No fundo de mim
ou no fim,
sou apenas um co-extensivo do Caos de todo dia...
Não.
Não sou apenas isso.
Sei do que carrego
e que quero.
Vomitem seus títulos
e urinem unissonamente
suas pratas!
Isso não me importa!
No fim,
VOCIFERO COMO LORCA;
CUSPO-VOS NA CARA!
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