terça-feira, 17 de maio de 2011

Queda

A dor não marca hora...
aliás, quando acontece,
sempre está atrasada.

Se um joelho vai ao chão,
não é por desequilíbrio
ou por
nível eleveado de álcool
no sangue,
não...
por vezes,
aliás,
ao menos uma vez,
é um gato
que atravessa teu caminho
em velocidade
maior que a tua bicicleta vermelha
com tlin-tlin,
espelho, cestinha e garupa...
uma joça que não polui
e ainda é pura diversão...

Todavia,
havia na porra da via
embalsamada por asfalto e
fedor da classe média
num dia de domingo em que
os podres da família pequena-burguesa
são discutidos entre garfadas de tédio e hipocrisia,
uma bicho veloz que me
derrubou...
ele - o gato -,
atgravessou a rua com toda sua real grandeza felina,
e eu o olhava com a cabeça
junto ao chão,
literalmente,
cuspindo terra,
procurando todos os meus dentes tortos na boca
- prncipalmente os já quebrados e emendados
que por ironia ou má sorte, são os "dois da frente"-,
olhando para os lados,
tentando levantar e analisando os ossos...

Um pouco de sangue não mata ninguém,
mas, estou ficando velho e meu joelho esquerdo
nunca gostou de pancadas...

Juntei meus cacos e limpei o sangue.
A biciceta ainda vive e eu escrevo estas
linhas falhas.

O gato atravessou a rua majestosamente
ileso
e do chão eu o via a lamber suas
próprias costas
des
pre
ocupa
da
mente...

Até agora não sei quem
atravessou o caminho de quem...
desviei o meu para vê-lo
atravessar o asfalto de um âgulo mais
inclinado e não me arrependo.

P.S.: como diria um Caro Anarquista; "GO VEG!"

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