sexta-feira, 17 de junho de 2011

O tempo é coisa oca...

As unhas que levam tua
biologia mais externa e geográfica,
alimentam com vasos sanguíneos
escoando o líquido vital
como licores de
noites em vermelho,
vou em delírio com olho fotográfico
- de longe e aproximado -,
revelando o altíssimo-relevo em
tuas curvas
os desenhos feitos com a mais pura
euforia-de-riso-de-canto-de-boca-e-malícia
como espinhos emplumados
de uma delícia carnal e gritante,
uivo e gemido;
sussurro com mãos dadas,
mais sorrisos e riscos com as unhas delas e das mãos.
O tempo é coisa oca
quando não cabe nos nossos
corpos.
O tempo é coisa oca
quando não cabe nos nossos
sentidos.
O tempo é coisa oca
quando não cabe nos nossos
desejos.
O tempo é coisa oca
quando não cabe nas nossas
vontades.
Daí temos a boa lembrança.
Não como nostalgia inválida, não,
temos nisso,
a coletivização do que se sonha e se faz,
que ruma para dentro do corpo,
que se expele junto aos poros,
que pulsa e tilinta como hormônio ou o bate-estaca
que trazemos dentro do peito que pulsa e pulsa e pulsa mais
ra
pi
da
m
e
n
t
e
dentro de cada novo segundo
que respiramos em acalmada loucura,
dentro de cada abraço nosso
e dentro de cada mesa,
de cada copo corpo e bar.
O que ser quer é simples; viver.
Amar e ser Livre!

- Ao chão um panfleto subversivo diz:

QUEREMOS A VIDA EM TODAS AS SUAS POSSIBILIDADES,
APENAS A VIDA E POR TODA A VIDA!

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