terça-feira, 19 de abril de 2011

Signo de Hibridação Coisífica

Poema misto
de garfo e faca
com a boca aberta
faminta
da criança
pequena e perdida
na cidade de ferro e cal
de onde
os vermes
tomam forma de gente
em galerias e avenidas
sujas
onde padres
e freiras fumam crack.

Bêbados dormem
na Praça dos Leões
onde o
Poeta Mário Gomes
fuma ao mesmo
tempo dois cigarros.

O café esfria
e o tempo derrete
esquálido e presente
no espaço
como
a inanição no menino
que por
de-
baixo
da ponte
anuncia as horas
da esquina quando
colado
na ponta da rua
de esquina
agendando o meretrício.

Se esta cena fosse
em outra latitude
outra longitude
o poema seria universal.
Mas é medíocre e pastoso
como
todas as letras que não
rompem com sua condição
estática.

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