quarta-feira, 29 de abril de 2009

A voz mordida, cala.

Hoje quero ficar em silêncio.
Compactuar com o frio,
O calar dos mortos.

Calar como uma rocha,
Quando uma onda a despedaça em areia.

Calar como uma estrela opaca
Que em seu
Vigor suicida,
Brilha magnífica, triunfante,
Mesmo exterminada!

Calar como um olho fechado,
Como um coração amargo e ferido,
Calar.

Calar como se uma música brincasse
Ao vento e rondasse Os ouvidos...
Calar.

Calar como um homem sozinho - no escuro-...

Calar como quem oculta,
Calar como quem já sofreu,
Calar como quem já gritou
Até encontrar-se na rouquidão!

Calar como quem se afasta.
- Ou como quem se omite...

Calar de forma branda,
Ou,
Nefasta!

Calar, somente.
Calar.

Calar como quem serpenteia;
Como quem espreita a morte...
Como que forja saída; como quem suspira...
Ou ainda,
Calar de forma mais alta,
Mais Sonora! Mais audível; calar como quem desiste.

Calar... Profundamente.

Hoje quero ficar em silêncio...
Compactuar com o frio,
O calar dos mortos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário