quarta-feira, 8 de abril de 2009

Poema das sete pétalas



Hibisco floresce num peito lânguido.
Amargo e medroso,
O ramo sequioso dá-se perdido.

Fenece com dissabor,
Às Onze-horas em ponto,
Mais uma flor.
"Morte natural" dizia o jardineiro
Fumando trevo...

Calíope indecisa e um tanto perdida,
Observa a mutação floral e sussurra...
Perde-se entre as matizes negro-violáceas
E vibra com o furor das Mussaendas.

As folhas secas sobre o vaso evidenciam
As pétalas dançantes das Orquídeas
Quedas há pouco,
Dentro daquele mesmo quando.

A mão que escreve pensou em comer
Alcachofra, ou mesmo Calêndula...
No entanto, o prato que tanto almeja
É o Amor-perfeito...

Mas o jardineiro disse
Que
"Das flores comestíveis,
Esta foi a derradeira a aparecer
E
A primeira a sumir."

"Extinta ?" - Bradou a mão!
"Não, Rara". Disse o jardineiro.

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