sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um poema insalubre

Para
IAN CARVALHO

O sol rasteja
pelo firmamento
cuspindo luz e calor.

A pele ganha um bronze
e depois um câncer.

Pássaros cantam felizes
e voam enquanto Ícaro arde.
Ponho meus óculos escuros
e asseguro um visual retrô-pós-moderno
para escapar da luz
e
para trucidar o tédio,
pergunto ao pássaro convencido
por quantas vezes ele já andou de bicicleta...

- Hein passarinho, quantas vezes você já correu?
- Quantas vezes você nadou?!

O passarinho fica quieto,
e pensativo
retruca:

- Ah, é?! Quantos ninhos você já fez?!
...
Depois aparece do NADA uma barata Kafkaniana
e manda todo mundo aos quintos infernais dizendo:

- Vão à merda, seus bocós! Só eu sobreviverei ao holocausto nuclear!

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