quarta-feira, 14 de outubro de 2009

cético

ando meio assim... de passo amargo
com nariz contra o vento e com olhos
fechados.
bem intranquilo e com o respiro contado.
e quando penso em quanta ternura havia...
sinto um peso nas pálpebras
e são só três segundos para o quedar.
depois, a sombra.
colho nas ruas o farelo de todos os desterros
e também o farejo dos meus amar-gores.
e ainda a imundície sem fim da condição humana.
cético... sonhador... desertor...
já não sei.
a noite já não possui cores.
e calo mordendo a voz,
ceticamente.

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