Olha,
o relógio
também
mastiga parafusos
quando esfomeia
eu mastigo o tempo
e ainda assim,
presumo muita coisa
e
desfaço muito mais
em um
mil
ésimo
de estalo de consciência.
Falta vinho.
Mas vai chover,
água e vinho,
o vinagre
cairá na boca dos poucos - quase muitos - que
odiamos.
Te dou
esta maçã
depois um miojo
e te abraço e penso
nas tintas que uso
e na bagunça
que faço nos discos e nos cílios
que sempre
caem
nos meus olhos
e por
segundos penso em
arrancá-los,
depois,
vejo
que sem eles não dormiria.
Azul
laca amarelo verde
observa
eu tô escrevendo
sobre
amor
esse que nos prepara a cama
sonda o mundo
e arremata sonhos
aos travesseiros nossos
carinhos
para as nossas carnes
vinhos licores
mais líquidos que a ideia de gozar...
te
esperneio
como quem
nada
mergulha
e levita
numa orgia
entre água e corpo
e respinga
atravessa a borda,
escoa e recomeça o ir e o vir,
me ouve,
o teu lápis desliza macio no papel,
eu te ouço
acarinhando o papel com teu soprar
leve e delicado,
vejo teus lábios
se movem
devagar,
assim mesmo,
me seduzindo
como
posso ver
teus olhos
ao passar
a vista
por aqui,
nessa
e nesta
palavra
cheia de bits e bytes
todavia
- nem toda via -,
eu suponho teu canto de boca
naquele
pré-sorriso
lindo e
que tu
o completa de
forma
indescritível...
ainda bem que
posso vê-la
meu Amor,
e assim desejo
e a desejo;
séculos,
noites
polares,
Bosch visto ao vivo,
Baviera - quando o teletrasporte for liberado
cerveja em chuva,
além
do Amor que
temos
e lambemos
os dedos
e os
beiços
enconstados numa árvore
com uma
manguita
sem fiapos
entre as mãos,
e ainda mais será quando for depois.
pois
é
de Amor.
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Ainda lembro daquele dia
ResponderExcluirem que você me deu a
sua companhia, sem pedir nada em troca.