É quando se emudece
e se eriça e se contempla
e o olho é o tato
e se esperneia
com fino faro
de quem grita
para dentro
em suor pêlo pele
por dentro da carne
segue o riso em apelo
mapeado na mordida dentro da
mordida
da voz digerida
do beijo voraz
que ecoa saindo de si
rumando ao outro
dentro da cadência
calendular
de onde exalam minutos dentro
dos poros
de onde os polos
desenvolvem seus ritos
restauradores nas
mais antigas danças
onde o corpo desenha no espaço
onde a moradia é o ato
o abraço ponte
que eleva ao som
à luz que revela volume
e quebra as barreiras em
um passo
a
passo
que se sabe tridimensional
em razão de sê-lo em Bernini
onde a composição é dinâmica
e corrobora com as mãos
tão perfumadas com
encantos e sonhos melodiosos
onde o intervalo entre as notas
dura por toda a execução da obra
é quando se uiva e se abala
é quando se canta com a voz do delírio
mais roto e suave
como um recorte de arrebol
quando se beija no escuro
é quando se arquiteta em desejo febril
de alucinada contemplação
pró
ativa
no instante onde se demarca
com os olhos o escorço que
se alimenta das palavras
em tons de pele
ou ainda
em sinfonia
com teus cílios
em contraponto
com tuas ancas
e carregado com tuas visões
acumuladas no espelho
com uma delicada luz pontual
onde revelo e amplio
o que miro
com este olhar que me cabe
e onde me entorto
e suspiro
enquanto morremos de mansinho
enquanto tuas unhas marcam o relevo
calamos em cumplicidade
enquanto espermeio.
A Arquitetura do Corpo é o Desejo.
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