terça-feira, 29 de setembro de 2009

Poemálio setembrino

Parte 1

Na nódoa
do poema
a folha
morde a própria voz.

O sangue marca mais que tinta
e
até mesmo
mais que
lembrança timbrada.

Parte 2

Messiaen
Quatuor pour la Fin du Temps

Parte 3

Tosco:
sociais-democratas
rosnando contra uma parede
com
punhos - direitos! - erguidos
gritando;
"luta... blá-blá-blá... vote em mim..."
Tudo isso
para alargar uma rua
para que
mais carros passassem!
Que fantástico!
Viva o progresso e o monóxido!

Parte 4

Eu sei o que é o tédio.

Parte 5

O jogo do g.l.p.
é jogado mais uma vez.
lembro do ontem
que será repetido amanhã.
- o próximo dia é um novo edema.
Cadê a Força mestre Vader
para acionar o g.l.p. do forno?
Deitar-me-ia no chão da cozinha
ouvindo Chopin e delirar entre
a coleção de mazelas...
Por enquanto, ou,
por engano,
fico aqui transmorfo entre
desespero e aspiração.

Parte 6


A vida resumida é uma grande mágoa mal resolvida.
Isso é a vida resumida.
Isso é a vida resumida.
Isso é a vida resumida.
...uma grande mágoa mal resolvida.
...isso é a vida resumida.

Parte 7

Efabulação bem tramada

Sem ordem cronológica,
com poentes e manhãs,
via -vejo- paisagens descritas
minunciosamente
com todos os idílios romanescamente apeixonados;
suspiros,
palavras apoemadas,
olhares
de
fogo
,
beijos furtivos e encontros em noite cheia de lua...

Depois, a vida
opõem-se
e
atrapalha o romance.

Parte... 8, sim 8.

Fim?

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