quarta-feira, 22 de julho de 2009

Poema para o dia 17, ou, poeminha da desilusão total

A utopia já não
escancha suas
ancas em meu
corpo.

A utopia é uma flor morta.

A utopia foi
ao banquete
dos lobos.

A utopia teve o útero
extraído e agora,
é tão infétil quanto
o poema.

A liberdade correu tanto,
mas
tanto, que tropeçou
e quebrou o pescoço...

A justiça
suicidou-se depois da cegueira
- ora, ela dizia que não podia
apaziguar seus ódios com as luas
dos poetas
romantiquinhos e floridos,
e que não perderia mais tempo sendo
musa,
ou, heroína...
preferiu cocaína
e depois,
a morte.

A paz,
num dia de fúria,
matou os pais e os avós
com um martelo...
Roubou um carro,
assaltou um banco
e sumiu
na BR-222.

Um comentário:

  1. Peço autorize a publicação deste poema no blog que participo. Pode ser ?

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