quarta-feira, 22 de julho de 2009

Nem verso nem solução

A angústia vibra
profundamente
entre tosses
tragos
escarros
e beijos sem gosto.
Os navios,
os castelos,
as vias, os hábitos dos avós,
as cidades, os guetos, a lama,
o caos, o caos, o caos nosso de todo dia,
as serras, os bordéis, os sacrários,
os exécitos e os quartos
de
dormir estão em chamas.

A vida é um cadáver putrefato que
a normalidade rega com formol e mentiras.

Não há buda, jesus, ou maomé...
nem marx, hegel, ou plotino...
nem claudel, nem rodin, nem burroughs...
nem eu, nem você com nome de mulher.

O sonho arrebata e ofusca,
a cegueira purulenta afaga a fraqueza
e nunca se vê o nariz, muito menos, um palmo à frente...

Corram, esconderei veneno embaixo do tapete
e meus dedos estarão
dentro das garrafas com álcool,
meus olhos esmagados na frigideira com azeite de oliva espanhol,
cebola, creme
de
alho, e meus pés andarilharão por aí em busca de pesadelos...
ora, pois, os sonhos acabaram todos!
findaram, foderam-se!
Depois,
estenderei minhas vísceras mais íntimas junto às imagens dos santos,
jogarei pedaços do meu fígado na cara
dos porcos fardados - ôpa, acabo de insultar meus amigos suínos-,
enforcarei membros da direita, da esquerda, do centro e do canto,
no fim todos são iguaizinhos mesmo...
-não acha?! rompam!-
Sentirão o gosto do meu sangue podre!

O teu sonho é romantiquinho e bobo...
Creio mais no ódio e na blasfêmia como forma de divertimento
e claro, na minha úlcera!

Ó ciVILização adoradora do ódio, morra de uma vez só!
Vil raça humana...

Regar o âmago amargo com cerveja.
Morder a própria voz.
E no fim,
pouco importa se no vaso há flor, ou, adubo...
... a mediocridade é uma só.

-Vida, morra de uma vez porra!

Um comentário:

  1. E no fim todos e todas somos iguais...
    o poeta,ou não poeta
    o leitor ou apenas esse que visitou a leitura
    com nossa ansiedade da vida ou da morte,
    do amor ou da sacanagem!
    Traga alguém que possa arrancar toda a humanidade que existe em mim!

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