terça-feira, 12 de maio de 2009

Respiro

Coração na barriga
_______ pêssego no
____ copo e,
no fígado,
um sapato furado.

Usar caneta no papel
e nos olhos,
_________umas agulhas...

Uma peruca marrom,
um cigarro no cinzeiro.

Um balão azul como
se fosse
_____felicidade num céu
sujo cor de
_______diesel.

O corpo vira porto,
a calma não vigora.

A seren
______idade
é o mais puro azar de
uma certa
______idade.

Os pássaros vociferam
em revoadas
inflamadas de óleo e poeira.

E o patrão de Amanda
cheira cocaína e não é de forma macia.

A patroa de Amanda
aprendeu sobre
mais-valia.

Odeia-se com a rima,
com a prosa
________se
________prende.
Com os papéis assinados
de gravata,
entre partidinhos, partidecos
e outros papelões,
________se
________rende.

Um comentário:

  1. Não estou aqui. Aliás nunca estive. Eu apenas faço questão de dizer que estaria, caso eu realmente estivesse. Mas, estar é verbo imperativo e eu não sou Pessoa...Não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo. Quer saber? já escrevi bobagem de mais, por outro lado continuo achando que nunca existi e você, será que existe mesmo ou é pura imaginação de alguém que por aqui realmente esteve e deixou suas pegadas de cimento por cima de um lajedo corroído de falsos e tenebrosos sentimentos? E eu tinha tanto pra dizer, mas como dizer? se nem ao menos consigo viver... Deixa pra lá, você não é o pior mas bem que me serviria um pouco dessa sua dose de poesia enfeitada com careta de Alice no mundo encantado dos miseráveis, truculentos e suculentos meios de eliminar um doce e verdadeiro e impávido desejo de se fazer transformar esse mormaço de solidão em que se tornou o ser humano. Chega! estou ébrio demais pra ser levado até o fim, e depois mais um poema... eu não suporto mais poema que sequer não pode ser poema. Basta! eu mesmo me castro! pra que darei este gosto aos humanos?

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