quinta-feira, 17 de maio de 2012
O poeta escreve paisagens no muro
De nuvens e janelas
compõem-se um corpo disforme.
O olhar atravessa a porta
e recupera do poço
a memória dos cantos da cidade.
Estas ruas não levam a nenhum caminho.
O porto é a porta da frente,
onde a âncora é o que
te leva para além dos limites.
O vento se deixa retratar
por ondas ocasionadas pelo piscar de um pássaro,
onde as lentes são trocadas
e com isso, o fluxo permanente,
este fruto imaterial
se confunde com a calçada,
neste território intermediário,
onde os passos norteiam árvores
e o caminho solitário
é demarcado como num mapa
ou ainda como um sítio arqueológico
onde a memória vira museu inventado.
O imaterial se enlaça ao ouvido
enquanto promessa e beijos
enquanto
o poeta escreve paisagens no muro
e a cidade o relega sem dar ouvidos,
olhos, ou pior, importância.
De uma janela o olhar se lança
como flecha, ou ainda como uma constelação
de palavras-chave
rodeadas por um cinturão de pomares
e trancas que se rompem com o intento de cada palavra,
onde o invisível é degustado como aquilo que ainda não vemos
e o impossível é um mero detalhe que ainda não foi pensado.
De nuvens e janelas
compõem-se um corpo disforme.
O olhar atravessa a porta
e recupera do poço
a memória dos cantos da cidade.
Estas ruas não levam a nenhum caminho.
O porto é a porta da frente,
onde a âncora é o que
te leva para além dos limites.
O vento se deixa retratar
por ondas ocasionadas pelo piscar de um pássaro,
onde as lentes são trocadas
e com isso, o fluxo permanente,
este fruto imaterial
se confunde com a calçada,
neste território intermediário,
onde os passos norteiam árvores
e o caminho solitário
é demarcado como num mapa
ou ainda como um sítio arqueológico
onde a memória vira museu inventado.
O imaterial se enlaça ao ouvido
enquanto promessa e beijos
enquanto
o poeta escreve paisagens no muro
e a cidade o relega sem dar ouvidos,
olhos, ou pior, importância.
De uma janela o olhar se lança
como flecha, ou ainda como uma constelação
de palavras-chave
rodeadas por um cinturão de pomares
e trancas que se rompem com o intento de cada palavra,
onde o invisível é degustado como aquilo que ainda não vemos
e o impossível é um mero detalhe que ainda não foi pensado.
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