segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Desconvicções de ano velho e novo, ou, poema do AVC.

Não sei o que vocês - meros mortais - , veem nestes tempos. Eu não vejo nada para além de um amontoado de desgraças futuras.

Todo dia 31/12, vocês sorriem, andam de mãos dadas e se abraçam em meio aos salões, dentro dos bailes, das favelas, dos palácios, dos micoooondas, dos fornos e das senzalas modernas...

Não há nada além da mediocridade e da hipocrisia em tais atos burguesmente pequenos. E garanto que no ano seguinte, só a expectativa será criativa: decepções.

Meu Pai já morto, está livre de vocês assim como o sono está livre da minha noite.

Vocês fazem música com bateria eletrônica e leem Vinícius! Cansei disso, da raridade, da vulgaridade, do estilinho de vida que apregoam em cartazes! Eu queria era a vida... só isso.
Pelo visto, as promoções de 2010 não incluem felicidade para seu ninguém, mesmo com todas as facilidades de pagamento...

Ao menos descobri que fazendo listas de música, posso amenizar as dores da gestação da morte.
Ouço Bikini Kill, Dylan, Olho Seco, Rage against the machine e Judas Priest numa mesma tarde e tomo café freso.

Leio Bandeira e Lorca e desejo tudo de ruim para todos e principalmente para um pessoa especial que encontrei ano passado na calçada da farmácia; ela vinha das compras e eu ia ao bar.

FODA-SE E MORRA!

SÓ O ÓDIO É ETERNO!

O AVC levou em seus braços meu Pai e agora os escombros estão até o pescoço.
O aterro vem de dentro, enterro-me vivo,
vomito as esperanças deglutidas - todas estão mortas!
"Longo caminho de dor e câncer vejo em seu futuro jovem padawam" - diz-me mestre Yoda!
mas serei um Sith, logo, foda-se tudo e TODOS.

CUSPO-VOS NA CARA!

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